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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Casamento...





Jeny era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles.
Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã.
Antes, deveria passar por um treinamento de um mês.
Apaixonada, ela optou por antecipar o casamento e partir com ele.
Ao menos poderia passar o mês do treinamento próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas.
Próximo à base do deserto da Califórnia onde se daria o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios Navajos
e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal.
O primeiro dia foi de felicidade.
Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus.
Ela o ajudou a tirar a farda e deitar-se.
Foi romântico e maravilhoso.
Ao final da semana estava infeliz e ao fim de dez dias estava entrando em desespero.
O marido chegava exausto do treinamento que começava às cinco horas da manhã e terminava às dez horas da noite.
Ela era viúva de um homem vivo, sempre exaurido.
Escreveu para a mãe, dizendo que não agüentava mais e perguntando se deveria abandoná-lo.
Alguns dias depois, recebeu a resposta.
Dona Mary mãe de Jeny, de muito bom senso lhe enviou uma quadrinha em versos livres que dizia mais ou menos assim:
"Dois homens viviam em uma cela de imunda prisão.
Um deles olhava para o alto e enxergava estrelas.
O outro olhava para baixo e somente via lama. Abraços. Mamãe."
A jovem entendeu.
Ela e o marido estavam em uma cela, cada um a seu modo.
Ver as estrelas ou contemplar a lama era sua opção.
Pela primeira vez, em vinte dias de vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores.
Logo adiante surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol.
Ela conhecia conchas da praia, mas aquelas eram diferentes, belíssimas.
Quando seu marido chegou naquela noite, quase que ela nem o percebeu tão aplicada estava em separar e classificar
as conchas que recolhera durante todo o dia.
Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu permanecer ali mesmo.
Descobrira que o deserto era um mar de belezas.
De seus estudos e pesquisas resultou um livro que é considerado a obra mais completa acerca de conchas marinhas,
porque o deserto da Califórnia um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito de fósseis e riquezas minerais.
Mais tarde, com o retorno do esposo do Vietnã, Jeny voltou a Los Angeles com a vida enriquecida por experiências
salutares.
Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara.
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